Antes de tirar conclusão ideológica, leia até o final e tente ter uma visão econômica.

Gelo Camelo

FullSizeRenderNotícia publicada no dia 21 deste mês no jornal O Globo relata intenção do Governo Federal de evitar financiamento do Minha Casa Minha Vida para construções de novos conjuntos habitacionais em lugares distantes, nas franjas das cidades, e investir em regiões mais centrais onde há mais infraestrutura urbana instalada e menos chances de proliferação de bolsões desabastecidos de serviços básicos.

É uma ótima notícia. Aqui em Natal temos espaços urbanos, como a Ribeira e certos trechos dos bairros do Alecrim e da Cidade Alta, que possuem vida econômica e social muito ativa durante manhã e tarde, e baixíssima densidade populacional no horário da noite. Muitas das pessoas que trabalham nesses bairros atravessam trechos longos para voltar para suas casas em bairros habitacionais distantes, gerando gastos adicionais de deslocamentos, conflito no trânsito, demanda de transporte público, perda de tempo e de outros recursos que poderiam ser melhor aproveitados se suas casas fossem perto do local de trabalho.

Veja o que diz um dos trechos da notícia de O Globo:

“BRASÍLIA – O governo decidiu acabar com a política de construção de grandes conjuntos habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida para as famílias de renda mais baixa. De acordo com fontes ouvidas pelo GLOBO, a orientação para novos empreendimentos é levantar prédios em áreas já urbanizadas e mais próximas ao centro das cidades. Essa é uma guinada na condução de um dos principais programas sociais do país. E é uma resposta a várias críticas de especialistas em urbanismo feitas ao longo dos anos.”

Caso algum “esquerdofrênico” ai do seu lado faça acusações de que uma mudança assim no Minha Casa Minha Vida é uma ação da “direita-neoliberal-golpista-branca-ariana-oligarca-homofógica-trumpetiana-fora-temer” contra as camadas mais pobres e contra as minorias, explique o fato de uma medida dessas ser muito mais benéfica ao combate à pobreza do que a manutenção de construções de casinhas isoladas em áreas distantes dos setores melhor estruturados da cidades. Quanto mais perto do centro, mais perto de escolas, hospitais, coleta de lixo, sinal de internet, delegacias de polícia, sedes de governos, de parlamentos. A localização geográfica das moradias também é um fator inclusivo. Conjuntos habitacionais em lugares ermos é operação que aumenta a pobreza.
Embora a manchete e o sutiã da notícia digam que o Governo quer suspender a construção de moradias para os pobres, a continuação da reportagem explica que o subsídio para a aquisição da moradia será mantido, apesar dos endereços das construções novas serem em trechos imobiliários mais valorizados.

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