Já faz alguns anos que eu e alguns amigos com quem discuto as coisas mais sérias da vida começamos a cuidar da nossa previdência. Não da aposentadoria, propriamente dita, mas da previdência na essência da palavra – precauções e alicerce do futuro.
Caso estejamos vivos daqui a 10 anos, como, onde e com quais recursos estaremos vivendo? E o mesmo daqui a 20 anos: como, onde e com quais recursos estaremos vivendo.
Uma das conclusões é a de que o pior cenário será se estivermos integralmente precisando da aposentadoria pública. Terá ocorrido algo de errado e estaremos à mercê de elementos externos ao nosso arbítrio para sobreviver. Teremos perdido o poder sobre as nossas perspectivas financeiras e estaremos relegados aos cuidados da vontade alheia.
Previdência é algo tão importante na vida da gente que o melhor a fazer agora é cada pessoa, por mais jovem que seja, começar a preparar o futuro financeiro. A melhor previdência pública é quando os cidadãos se preocupam com as suas previdências pessoais e não delegam isso a um ou outro governo. Ao pensar no futuro, amadurecemos e passamos a perceber quando estamos ou não sendo enganados por um político de perfume novo e prática velha.
A geração de governantes que está no poder, salvo um ou outro caso excepcional, nos mostra que a última preocupação que possui é com a previdência social. Só pensa na previdência deles e dos seus segmentos.
O cidadão que se lasque.
Então, ao começar a quarta-feira de cinzas e ver que os grandes veículos de comunicação do Brasil destacam o tema da previdência como manchetes de seus noticiários, fico satisfeito por achar que o pior que pode acontecer é esse assunto ser deixado para lá.
Caso as reformas necessárias não cheguem via Congresso Nacional, com discussão e amadurecimento contínuo, elas virão na insolvência. Não acredite quando lhe disserem que o Governo terá dinheiro para pagar sua aposentadoria do jeito que você sonha e imagina.
Nunca teve. Não terá.