No próximo mês de novembro, será disputada em Seul, na Coreia do Sul, o Campeonato Mundial de Barismo, considerada a “Copa do Mundo” do segmento, que vai reunir os principais baristas do mundo. Assim como no futebol, a competição requer muita disciplina e treinamento. Por isso, Leo Moço, tricampeão Brasileiro de Barismo e representante do país na competição, conta como é feita essa preparação – que dura um mês – e qual a sua importância. Durante todo o mês de outubro, Léo terá acompanhamento de uma equipe especial, que vai ajudar no desenvolvimento de sua apresentação para o mundial. Os treinamentos envolvem profissionais das mais diversas áreas, como psicologia e arquitetura.
O treinamento é diário e com apoio da BSCA (Brazilian Specialty Coffee Association). Pela manhã, o barista, que mora em Curitiba e comanda o Barista Coffee Bar e a microtorrefação Café do Moço, recebe todo o suporte da equipe selecionada. Já no período da tarde, o profissional passa por um treinamento prático na máquina de espresso usada no mundial. A psicologia entra como apoio emocional, com o objetivo de deixar o competidor mais tranquilo e confiante. Moço conta também com a consultoria de um ator e professor de inglês, que o ajudará com a parte de treinamento vocal, expressão corporal e concentração, que são fundamentais para o campeonato. Além disso, ele conta com a ajuda de um dos grandes nomes do barismo mundial e especialista em cafés especiais: o coaching japonês Yoshiharu Sakamoto.
Todo esse processo é de extrema importância, já que estamos falando da “Copa do Mundo” de barismo. “Ter um apoio dessa equipe me ajuda a ganhar tempo para treinar para o que merece mais minha atenção. Eles me ajudam no que eu preciso melhorar seja na técnica da apresentação, vocalização, como é o caso do Tony Manicka, ator que está me ajudando neste processo. Sem eles nada disso seria possível. Este ano tive a oportunidade de treinar com a máquina do mundial e isto me ajudou por que posso ir preparado e não ser pego de surpresa na hora da apresentação”, explica Leo Moço.
Para completar toda essa preparação, o barista ainda conta com a ajuda de um arquiteto, que fica responsável pela construção da maquete que será usada no dia da apresentação, representando as fazendas de onde vem o café que será usado que são Fazenda Santuário Sul e Daterra, ambas de Minas Gerais. Hoje o Brasil é o maior exportador de café do mundo e mudar a imagem dos cafés brasileiros no mercado internacional, além de vencer o campeonato, é sua meta. “Promover a imagem do café brasileiro no cenário mundial, desmitificar o estigma de que o café brasileiro não é tão bom quanto o de outros países. Quero ser campeão para que aja um intercâmbio de ideias entre baristas e conhecedores de café do mundo inteiro, para desenvolver os produtores locais, esta deveria ser a ideia de todo barista que representa o país em um campeonato mundial”, finaliza.