(Foto de John Gress/ Reuters – publicada no jornal O Globo)
O presidente Barack Obama fez seu último discurso como mais importante chefe de Estado do mundo deixando a sensação de uma pontinha de recalque com a vitória do oponente Donald Trump. Na reportagem sobre o tema, publicada no jornal O Globo, ficou a impressão de que Obama sai do poder menor do que entrou. Muita retórica sobre esperança e medo de retrocessos. A impressão que eu tenho é que o mundo não está nem melhor nem pior após seus oito anos na Casa Branca. Tudo do mesmo jeito.
Por mais importante que seja, por mais simpático que pareça, a ninguém deve ser dado o poder perpétuo. A alternância é excelente para o aprendizado dos grupos oponentes. E só há vitórias e vitoriosos se houver alternância.
Ao que parece, a chegada de Trump será um choque para certos setores da sociedade. Se Trump tiver juízo, vai deixar o discurso beligerante de lado, adotar uma política conservadora na economia, construir oportunidades de empregos e aumentar a renda de quem estiver empregado nos Estados Unidos. O que move o mundo são os interesses de sobrevivência econômica.
Todos os mundos. No macro e nos micro interesses.
Se Trump acertar na economia, será bom tanto para quem o apoia como para quem, por ideologia estrutural, o combate.
Obama foi um bom presidente. Deu às camadas economicamente menos favorecidas (lá nos EUA e em outros lugares do mundo), a esperança de que é possível vencer política e socialmente. Não precisava deixar a Casa Branca com a imagem do recalque de que ficou cabisbaixo ou incomodado com a vitória do outro.
Como dizem por aqui, “deixe o homem começar a trabalhar”. Parte do povo americano votou em Trump e merece o mesmo respeito de quem não votou.
Caso Trump seja tão ruim como dizem (e como ele se esforça para parecer que é), a democracia americana vai removê-lo do poder. Seja em quatro anos, seja em menos tempo.