De cada dez restaurantes de pequeno porte no Brasil, seis adotam o sistema de atendimento self-service, ou comida por quilo, invenção tipicamente brasileira e bastante popular entre os consumidores. Este é um dos resultados de uma pesquisa nacional realizada pelo Sebrae sobre o perfil de pequenos negócios do segmento de alimentação fora do lar. O levantamento revela que 61% dos desses estabelecimentos trabalham como a modalidade de atendimento self-service em algum momento do dia, sendo que 47% atendem exclusivamente com esse tipo de serviço. Para o Sebrae, os números expressam a oferta de soluções práticas para o consumidor.
“O self-service está incorporado ao cotidiano do brasileiro, que recorre a restaurantes como alternativa prática, acessível e saudável para sua refeição principal. Também é uma solução rápida para quem trabalha e precisa almoçar fora de casa. É fácil de encontrar, há variedade de alimentos e o preço é um atrativo”, diz a diretora técnica do Sebrae, Heloisa Menezes, ao comentar os dados da primeira Pesquisa Nacional de Alimentação Fora do Lar, apresentada na abertura do seminário O Sabor da Experiência: o mercado gastronômico e o futuro do consumo, nesta terça-feira (10), em Brasília.
Entre outros dados, a pesquisa aponta que restaurantes (33%) e lanchonetes (18%) somam 51% dos pequenos empreendimentos no segmento de alimentação fora do lar. Com relação ao cardápio, a maior parte dos estabelecimentos vende comida brasileira e tradicional (49%), alinhado ao perfil do consumo e do “gostinho brasileiro” por comida caseira. Outros 31% dos negócios atuam na produção de alimentos específicos ou de cozinhas segmentadas; 20% afirmam não atuar com uma cozinha específica; e 6% das micro e pequenas empresas comercializam alimentação saudável.
“É importante destacar que, por se tratar de um segmento bastante competitivo, os restaurantes devem estar atentos às necessidades e à satisfação dos clientes, cada vez mais exigentes, bem informados e seletivos. É estratégico garantir a qualidade do atendimento, diversificar o cardápio e focar sempre na melhoria da gestão”, explica Heloisa Menezes, para quem a pesquisa apresenta uma série de dados e informações, que possibilitam uma percepção ampliada e realista dos pequenos negócios de alimentação fora do lar.
Negócio familiar
A pesquisa revela que as empresas são predominantemente familiares, de micro e pequeno porte. Um exemplo é a quantidade de funcionários presentes em todas as etapas da operação do negócio – 49% dos empreendimentos possuem de uma a cinco funcionários. Outros 22% têm de seis a dez funcionários; 16% têm entre 11 a 23 funcionários; e 5% informaram ter mais de 23% na linha de produção.
A maioria (96%) trabalha com loja própria e 86% dos entrevistados afirmaram ter apenas um negócio. Empreendedores com dois negócios somam 13%. Entre três e mais de cinco estabelecimentos são apenas 5%.
O levantamento aponta também que os negócios estão instalados, em sua maioria, em lojas físicas (64%). Em segundo lugar, com uma proporção bem menor (14%), estão empreendedores que trabalham em casa. Apenas 12% possuem loja virtual, sendo que somente 2% usam exclusivamente essa forma de comercialização, o que indica potencial para o crescimento do uso desse tipo ferramenta. Metade das empresas (49%) realiza entrega em domicílio (delivery). Dessas, a maior parte (72%) têm operação própria, sem terceirização.