Diante do envelhecimento da população e de distorções nas regras atuais da Previdência, uma reforma se faz urgente. A avaliação é de Rogério Nagamine, coordenador de Previdência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo ele, a população idosa vai aumentar em 1 milhão por ano até 2060.
Nagamine participou do Fórum Estadão sobre Reforma da Previdência, em São Paulo, nesta quinta-feira (09). Segundo ele, as regra atuais tiram espaço de outros gastos, como educação e saúde. Também deixa poucos recursos para os investimentos, o que gera efeitos negativos sobre o crescimento e sobre a infraestrutura do País.
“No ano passado, 53,7% das despesas primárias da União foram com Previdência, isso considerando o regime geral, servidores e o BPC/Loas”, relatou. Ele alertou ainda que o envelhecimento dos brasileiros vai tornar essa fatura ainda mais pesada. A tendência é de que se tenha cada vez mais beneficiários e menos contribuintes. “Claramente é uma situação insustentável”, observou.
O especialista calculou que sem a reforma, seria necessário um aumento da carga tributária, que já é elevada. Nagamine explicou que o Brasil é um “ponto fora da curva” no cenário global de Previdência, já que é um País jovem, mas com gastos de benefícios e aposentadorias semelhante ao de países com população mais velha. “Temos despesa de 12% ou 13% do PIB com Previdência, na União Europeia, esse gasto é de 11%”, afirmou.
Fonte: FecomercioRN