Médico que atende pacientes graves do CoronaVírus faz alerta: Ivermectina não cura o CoronaVírus

Gelo Camelo
Alderley trabalha na UTI tratando dos doentes do CoronaVírus

O médico natalense Alderley Torres fez um alerta nesta sexta-feira, 12 de junho, para que as pessoas não acreditem na existência de remédios ou tratamentos medicamentosos para evitar o contágio ou a transmissão de CoronaVírus.

“Quero fazer este alerta porque muitas pessoas podem acreditar que vão tomar dois compridos de Ivermectina e vão poder sair na rua, pois haveria uma profilaxia ao CoronaVírus. Isso não é verdade. Essa história de Ivermectina só existe aqui em Natal, isso não é sério.”, atesta Alderley.

Alderley faz parte da equipe do Hospital Municipal de Natal, que é referência para os pacientes do CoronaVírus e inclusive foi instrutor para a equipe técnica de intubação orotraqueal. Ele dá plantões constantes na Semi-UTI e tem relação direta diária com os pacientes mais graves de CoronaVírus.

“Não há aqui nem em lugar nenhum do mundo, tratamento contra o CoronaVírus, contra a replicação do CoronaVírus. Nem há tratamento nem há vacina. O que nós tratamos são as sequelas que o vírus deixa no organismo do paciente. Se o vírus causa uma pneumonia, nós vamos tratar a pneumonia, e não o vírus, porque não há tratamento para o vírus. Se o vírus causa um ataque direto à estrutura do miócito e acaba causando taquiarritmias, nós vamos tratar a taquiarritmia, e proteger o coração do paciente. Se o vírus causa uma insuficiência renal nós vamos tratar essa insuficiência real. Agora, tratamento contra o vírus, não existe aqui nem em lugar algum do mundo. E não existe vacina”, atesta o médico.

Segundo Alderley, a Sociedade Brasileira de Pneumologia, a Sociedade Brasileira de Infectologia, a Sociedade Brasileira de Imunologia e a Sociedade de Medicina Intensiva Brasileira estabeleceram uma nota em conjunto desautorizando qualquer coisa relacionada a medicamentos, e a Ivermectina nem foi citada.

“É muito perigoso ficar falando em Ivermectina e criar uma sugestão coletiva de que ela pode curar o paciente ou diminuir replicação. Isso não é verdade. Insistir neste assunto passa a falsa segurança de que o paciente sairá a rua e, se for contaminado, existirá uma medicação que poderá atenuar o efeito do vírus. O melhor é ficar em casa.”, receita o médico Alderley.

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